2 de nov. de 2008

Futebol

Se nos debruçarmos mais detalhadamente sobre o fenómeno, que é o Futebol e a sua difusão espacial, verificamos que ele espelha, de uma forma muito concreta, as diferenças que se notam por esse país fora. Os clubes não vivem do nada, por isso precisam de capital para manterem a sua existência, e mesmo para poderem subir de escalão se for possivel. Claro está, que a maioria dos capitais, provêm de empresas, de indústrias, de alguns serviços e de outras actividades capazes de financiar os clubes que as solicitam. Mas essas actividades, sobretudo do sector secundário e pontualmente do sector primário e terciário, não se localizam uniformemente pelo território nacional, havendo regíões onde são mais abundantes e outras onde são menos. Obviamente que onde elas existam, maiores probabilidades há de existirem clubes de futebol.

O fenómeno futebolístico explica assim, parcialmente, o contexto do desenvolvimento urbano-industrial das diversas áreas do território nacional. A evolução da distribuição espacial dos clubes de futebol acompanhou as transformações verificadas no processo de desenvolvimento, havendo uma relação entre a expansão do futebol com o crescimento urbano-industrial. Este processo originou uma concentração da sua prática, quer enquanto modalidade desportiva, quer como espectáculo, nas áreas de maior densificação urbana e maior implantação industrial. Aparece, predominantemente ligado ao fenómeno industrial, o que se explica pela adesão por parte da população mais jovem e por outro lado a adesão do proletariado industrial a criar associações e colectividades desportivas e recreativas.

Mas o futebol não vive apenas de investimentos monetários por parte das empresas. O futebol é também, e como já se disse, um espectáculo que se pretende rentabilizar através das massas populacionais que o admiram e o companham. Daí, não se poder, também, ignorar a relação que há entre o futebol e os quantitativos demográficos. Por outro lado, não há futebol se não existirem particantes, e numa região onde a densidade é elevada, maiores possibilidades há de se formarem e recrutarem jogadores, possibilitando a instituição de um clube de futebol. Da mesma forma que as actividades do sector secundário não se distribuiem homogeneamente, também a distribuição demográfica nacional não é homogénea, variando de região para região, do norte para o sul, do litoral para o interior, reflectindo-se inevitavelmente no fenómeno futebolístico.

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